Série "Diálogos na varanda"
- E aí, que me diz agora?
- Poxa meu amigo, realmente vivemos algo muito especial.
- É mesmo?
- Claro, eu não imaginei que seria assim, tão tranqüilo.
- Por que diz isso? Não entendo.
- Sei lá. A ansiedade era muito grande. E talvez por isso minha cabeça girava muito. Eu estava quase delirando.
- Percebi isso, por isso fiz questão de conversar.
- É, foi muito bom mesmo conversar, tirar algumas dúvidas.
- Ou colocar outras mais.
- Mas, foi bom mesmo assim. E como foi! Não acreditava, sinceramente, que o amor pudesse ter esta forma.
- Que forma?
- Ágape.
- Hum... Viu, não foi Eros não?
- Realmente não sei.
- E agora, como você está?
- Tranqüilo. Muito tranqüilo, eu acho.
- Viu, falei pra você confiar em mim.
- Você sabe que sou assim, cheio de minhas dúvidas. De meus delírios. Idéias que passam pela minha cabeça. Coisa de gente que não tem o que fazer.
- Mais certezas ou dúvidas agora?
-Agora? É...
- Hum...
- Dois. Ganhei, hehe!
- Bobo, não fuja da pergunta, responda.
- As duas coisas. Algumas certezas mais e algumas dúvidas mais.
- Como assim?
- Nesta minha vivência, aconteceram muitas coisas que me deram várias certezas, e outras também que me geraram novas dúvidas.
- Você e suas dúvidas.
- "Esse cara sou eu". Hehe!
-Não agüento mais esta música.
- E quem agüenta? Hehe!
- Quer falar sobre estas dúvidas e certezas?
- Neste momento não.
- Por quê?
- Deixe meu cérebro e meu coração assimilar melhor tudo isso aí, depois de digerido toda esta confusão paradoxal, podemos voltar a conversar sobre.
- Tudo bem.
- Só quero te dizer que tudo isso reforça a frase do Chiquinho?
- "Chiquinho"? Quem é este?
- São Francisco de Assis!
- Ah sim, eu sei qual a frase.
- Aquela mesmo: “O amor não é amado. Mas é amando."
(Por Celso Marczal)
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