domingo, 2 de abril de 2017

Mas pra que serve mesmo o choro?


Chore. Chore incansavelmente se as coisas não estão como você queria. Grite e delire com seu choro. Mesmo por que tudo vai parecer estar desabando a qualquer momento. Quando as nuvens negras e melancólicas tamparem o Sol do seu céu, você sobreviverá se apenas chorar. Angustie - se com seus medos e tristezas e, chore. Os dias passarão mesmo se você não estiver bem.

Se desespere com a solidão e vá dormir no frio do seu quarto, aquele que outrora era aconchegante. E, talvez - talvez eu digo -  amanhã você descobrirá que sua vida vazia e dolorosa ainda vale a pena. Então, ao amanhecer, mesmo sentindo-se tonto por não saber se realmente dormiu ou se apenas delirou em meio aos pesadelos e sensações amedrontaras que a madrugada traz, você se verá acordado e - ainda - vivo. Este é o momento que você tem para continuar tentando. Chore de novo em frente ao espelho - ou rosto - riscado. Ou nem chore, tanto faz agora. 

-"Mas pra que serve o choro mesmo?" Já nem sei mais. Você poderá descobrir que a vida ainda pode valer a pena. E se mesmo assim  você conseguir chorar depois, chore muito. Por que a partir de um certo momento até as lágrimas irão te abandonar. Como diria uma sabia dona Maria, aquela minha mãe: "Chore meu filho! As lágrimas podem ser o único alivio para tua alma!" 

Num final de tarde, quente e alaranjado, se quiser chorar abraçado com sua mãe é uma boa ideia. E se possível ou ainda tiver força e coragem diga a ela que o medo dói. Dói tanto que te impede de desnudar a alma e desabafar sua angústia. Muito mais que isso, ele sufoca e destrói seus sonhos, de um jeito tão cruel e lentamente, e com uma maldade anedônica e nostálgica, que eu já não ouso - e nem quero - mais descrever.