Levanto todos os dias numa repetição dolorosa, lavo meu rosto na pia amarelada pelo tempo e me olho no espelho. Não consigo identificar se as marcas que eu vejo são do espelho ou da minha face. Percebo que nos meus lábios existe um sorriso que não é meu, ele também esta perdido no meu rosto e mesmo assim eu o conservo para tentar iluminar minha face. Minha fatigada face, que encontra-se molhada de lágrimas que caem feito cachoeira e se lançam no mar de minhas angústias, dores e desilusões.
Quero e vou nadar até a praia e me encontrar com Deus. Sei que quando lá chegar, talvez - digo talvez porque nunca tive certeza nenhuma de sua existência - ele esteja de braços abertos a me esperar e irá me estender as mãos dizendo:
- "Filho você nunca esteve só, sabia que você viria ao meu encontro, portanto, não fui embora. Sabia que você chegaria a qualquer momento. Levante – se e enxugue tuas lágrimas pois agora se inicia um novo amanhecer em sua vida."
Enquanto espero, eu choro e sofro. Amém.
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